Bellingham: “Nunca se imagina o quão grande é o Real Madrid”

“O que mais gosto desta equipa é que todos os companheiros ficam contentes pelos outros”, explicou o jogador inglês numa entrevista à Realmadrid TV.

Bellingham: “Nunca se imagina o quão grande é o Real Madrid”
NOTÍCIA

Jude Bellingham falou numa entrevista com a Realmadrid TV dos seus primeiros meses como jogador da nossa equipa. O médio fala do que significa jogar no Real Madrid, dos seus melhores momentos até agora e do seu lado mais pessoal: “Estou muito contente com este começo e agora trata-se de manter este nível durante a temporada e espero que sejam muitas mais neste grande clube”.

Personalidade dentro do campo
“Todas as coisas que vi de jogadores do passado e do presente são as que imito. Acrescentei-as à minha forma de jogar para me tornar melhor. Vê-se em campo. Sou uma mistura de muitas coisas como jogador, inclusive de quando jogava no Championship com o Birmingham. Não me inspirei apenas num único jogador e tentei imitá-lo. Sou eu mesmo, sou o Jude e não trato de ser outra pessoa”.

A sua apresentação
“Foi um dia inesquecível. Algo surreal. Foi uma experiência incrível e um dos melhores dias da minha vida. Não me queria emocionar demasiado, estou mais à vontade a jogar futebol, mas foi um dia muito bom com a minha família e os meus amigos. Muito feliz. Vê a selfie. O 5 é um número importante neste clube. Estava muito nervoso. Quando me chamaram e o presidente me chamou para subir ao palco estava muito nervoso. Não sabia o que ia dizer, não tinha nada preparado. Fui dizendo o que me vinha à cabeça. Saiu bem, mas estava muito nervoso”.

A grandeza do Real Madrid
“Sabe-se que o Real Madrid é o maior clube do mundo, mas quando se vive de perto, como por exemplo no Bernabéu agora com as reformas, é algo espectacular. É como se jogasse num coliseu. Sentes-te um gladiador. É muito especial. Nuna se imagina o quão grande é este clube. É impossível sair à rua e não ser reconhecido. Por vezes é bom, outras nem tanto. Este clube é de um nível superior. Nos treinos diários os jogadores estão muito seguros de si mesmos, o treinador está tranquilo. É um bom ambiente para trabalhar, poder expressar-me e ser criativo com o meu futebol. Sinto em casa nesta cidade. A minha família está confortável. Vieram amigos ver-me e gostam muito da cidade As pessoas e os adeptos são muito respeitadores. Tratam-me muito bem. Sinto-me como se já aqui estivesse aos anos com o corpo técnico e com a equipa. Estou muito contente com este começo e agora trata-se de manter este nível durante a temporada e espero que sejam muitas mais neste grande clube”.

Primeiro golo oficial contra o Atlético de Bilbau
“Foi um bom primeiro golo. David (Alaba) fez um bom passe. Rematei junto ao solo. Por vezes é difícil executar bem o vólei quando a bola vem baixa. Por vezes podemos perder o controlo, assim que pensei rematar para baixo e talvez algum companheiro podia chegar e empurrar. O ressalto foi precioso. Talvez algum sorte, mas saiu bem colocado. Foi um grande dia. Há muita pressão quando se vem para este clube e começar bem foi importante”.

Posição em campo
“O meu papel mudou desde que vim para este clube. No Dortmund marquei bastantes golos, mas jogava mais atrás. Era mais difícil marcar. Agora jogo com os melhores do mundo e mais como um '10' e mais próximo da área. Tenho liberdade para movimentar-me por qualquer parte do campo e gosto do facto de poder pisar a área, ser criativo, rematar à baliza, criar e marcar golos. Tudo isto graças ao treinador e aos meus companheiros. Tenho que fazer o meu trabalho usando as minhas qualidades e ajudando a equipa, mas são eles os que merecem os elogios”.

A pessoa
“Sou a mesma pessoa nas entrevistas, em casa ou com os amigos. Gosto de brincar e rir-me, gosto de viver bem. Estou diante de uma oportundade magnífica de fazer o que mais amo. Não há muitas pessoas no mundo que possam dizer o mesmo e valorizo o que estou a alcançar. Todos os dias me rio com os meus companheiros, mas quando se trata de ser sério torno-me noutra pessoa. Quando estou balneário concentro-me na parte profissional e desfruto da companhia dos meus colegas. O meu dia a dia depende do que esteja a fazer nesse momento e de quem me venha visitar. Depende do dia da semana e de que jogos temos. Muitas vezes encontro-me cansado depois dos treinos”.

Rotina diária
“Levanto-me cedo para ir treinar, treinar e depois vou para casa. Às vezes saio para tomar um café perto de casa ou vou ao centro para comer. Depois regresso a casa para descansar um pouco no jardim se estiver bom e sol. Se estão os meus amigos, saímos para jantar e regresso a casa. É muito bonito. Vais conhecendo as pessoas nos sítios que mais frequentas. Não te vêem como Jude Bellingham o futebolista, apenas Jude que vem tomar um café e isso é genial. As pessoas que conheço pelas cidade tratam-me bem. Sinto-me como em casa”.

O golaço ao Nápoles e a foto icónica com Vini Jr.
“Bom passe de Camavinga. Recebi a bola. Estava a fazer um bom jogo, estava confiante. A bola ficou colada à minha bota e pensei continuar em frente. É uma sensação muito boa quando se conduz assim a bola e vês que te aproximas da baliza. Vês que está cada vez mais perto. Quando entrei na área sabia que não podia ir abaixo com medo de sofrer uma falta. Eu tinha o controlo. Foi o meu primeiro jogo na Champions fora de casa e num campo duro, contra uma boa equipa. Foi um resultado muito bom e ficamos bem posicionados no grupo. É um dos meus melhores golos desde que cheguei. Toda a equipa fez um jogo muito bom. Terminamos bem o encontro".

“Esse momentaço com Vini é genial. O que mais gosto desta equipa é que todos os companheiros ficam contentes pelos outros. Se fazes algo especial ou se marcas um golo é certo que sofres algum golpe carinhoso do Rüdiger, mas os outros sorriem e ficam contentes por ti. Essa foto vi-a no Bernabéu. É muito bonita e fico orgulhoso. Foi um momento genial e das minhas fotos preferidas até agora. Está toda a equipa e Vini mostra o seu lado mais criativo. Foi um momento muito feliz. Tenho uma cópia dessa foto que guardarei para sempre”.

Mentalidade
“É importante jogar bem individualmente, mas não vale nada se a equipa não ganha. Estar no topo da classificação, já com um título, e ter terminado em primeiro do grupo da Champions está muito bem. Foi uma pena o que aconteceu na Taça. Estou mais orgulhoso do êxito da equipa e que eu tenha podido ajudar. A equipa e cada jogador estão a jogar maravilhosamente e isso ajuda-me muito. É um desporto colectivo. Tenho o meu papel, mas sinto-me mais feliz quando a equipa joga ao seu melhor nível”.

O Clássico da Liga
“Provavelmente o meu melhor golo até ao momento. Para ser honesto, não estava a fazer um bom jogo. Estavam-me a fazer uma boa marcação. Atravessava uma boa série de golos. Estava muito tranquilo e pensava que se tivesse uma oportunidade ia marcar. Este clube e esta equipa nunca desistem em nenhum jogo. Tinha muita confiança que íamos dar a volta. A bola caiu para mim. Não me estava a sentir confortável até então, mas desferi um forte disparo”.

“O segundo golo foi na sequência de uma jogada. Acho que a posse de bola durou um minuto e meio. Houve muitos passes. Dani (Carvajal) encontra o Luka (Modrić). A bola sobe um pouco. Alguns dizem que foi sorte, mas enquanto todos ficaram parados eu continuei a correr. Podem dizer o que quiserem mas se servir para ganhar um jogo não me importo com as piadas. Isto acontece no futebol. Foi um momento magnífico, um jogo duro para a equipa e seguramente não foi o nosso melhor encontro. Nesses momentos temos que demonstrar muita luta e carácter. Foi o que fizemos e conseguimos uma boa e histórica vitória”.

Adaptação
“Uma coisa que acho que faço bem é adaptar-me ao ambiente. Dar tudo no lado fuetbolistico e também no social. Quando estou fora sou uma pessoa reservada e não gosto de me relacionar com demasiada gente, já que me custa pelo idioma, mas sou sempre muito educado. Quanto ao futebol, quando sabes que vais estar aqui muito tempo, que vens trabalhar todos os dias é importante dar tudo e estar aberto a aprender e evitar erros, encontrar boas sensações para jogar bem e sentir-me confortável ”.

Primeiro título com o Real Madrid
“Um momento muito bom, estou muito orgulhoso desse instante. Não é fácil ir até à Arábia Saudita a meio da temporada e depois de uma paragem de inverno. Jogamos contra duas equipas impressionantes. Acho que dominamos o primeiro jogo. Tivemos o azar de ir a prolongamento, mas novamente a equipa demonstrou carácter. Na final viu-se a nossa classe e qualidade. Vini foi magnífico; Rodrygo, brilhante. Toda a equipa foi brutal. Dominamos e isso reflectiu-se no marcador. Ganhei o meu primeiro título e foi um momento muito importante. Assinamos por este clube para viver momentos assim e foi muito bonito finalmente segurar um troféu. Espero que venham mais. Há que ir dia a dia. Ir treinar e trabalhar o mais duro possível, vir para casa e ser um bom rapaz. Tratar as pessoas com respeito e continuar a jogar assim”.

Pés no chão
“Quando jogo futebol nunca me foi pedido para fazer algo que nunca tenha feito no passado ou que não possa fazer. Quando estou em casa os meus pais concentram-se em que seja uma boa pessoa e um bom exemplo para o meu irmão mais novo e meus amigos. Sempre me dizem que o futebol é um extra e que continue a ser como sou. Estão mais focados em como eu sou em casa. Tenho muito apoio. Já não sou um principiante e sei que há altos e baixos mas tenho confiança e pessoas próximas para aguentar todos os golpes. Graças a eles não me afectam os momentos maus que possam vir. Sei como ser forte. Tenho muita sorte por estar rodeado de boas pessoas”.