Pensou-se que a constituição de uma Federação seria uma solução rápida para a crise, mas não. Cada clube olhava apenas pelos seus interesses e enquanto uns apoiavam a Federação, outros formaram um organismo paralelo, a União de Clubes. Também em Madrid, predominou um sentimento de desilusão e desencanto. A junta directiva teve mesmo de evitar a ‘demissão’ do presidente, Adolfo Meléndez.
A duplicação de competições e de interesses não enfraqueceu, no entanto, a expectativa em torno do futebol. Os adeptos continuavam a ir ver a sua equipa. O Madrid, com a mudança para O’Donnell, tinha dado um passo no sentido da profissionalização. Com mais espectadores, havia maiores receitas e maior orçamento para contratar jogadores. O novo campo era o melhor da então ‘Villa y Corte’ de Madrid, com uma lotação de 5.000 espectadores.
A temporada de 1015-16 saldou-se por uma brilhante participação no Campeonato de Espanha. Sagraram-se vice-campeões depois de vencerem numa épica meia-final o Espanhol, tendo caído numa não menos marcante final perante o Atlético de Bilbau. As circunstâncias que rodearam aquela final tiveram consequências e terminaram com a demissão, dias mais tarde, de toda a junta directiva. Pedro Parages assumia a liderança, em detrimento de Adolfo Meléndez. A mudança deu frutos e, na temporada seguinte, o Madrid voltava a ser campeões de Espanha.