
A década em que a equipa conquistou o sexto troféu da Liga em plena propriedade ficou também marcada pela morte de Santiago Bernabéu. O futebol vestiu-se de luto a 2 de Junho de 1978, com o desaparecimento do presidente que elevou o Real Madrid ao ponto mais alto. Luis de Carlos substituiu aquele que foi seu amigo e mentor. Dirigiu a instituição branca durante 7 anos. Durante esse período, soube encarnar e transmitir os valores da instituição, o que lhe valeu reconhecimento a nível mundial.
Na Liga, a equipa mostrou-se muito solida em casa na temporada 1978-79. Apenas cinco rivais conseguiram levar um ponto do Bernabéu: Espanhol, Sevilha, Hércules, Las Palmas e Atlético de Madrid. Molowny tirou o máximo rendimento dos seus jogadores e fora de casa também conseguiu impor-se. O triunfo no El Molinón (0-1, com golo de Santillana foi determinante para que a equipa merengue ganhasse o direito a conservar o troféu da Liga como propriedade sua pela sexta vez.
A brilhante exibição dos merengues ficou manchada pela morte do presidente do clube. O Real Madrid quis ter um gesto de gratidão a título póstumo para com a figura de Santiago Bernabéu. O objectivo era que o seu grande trabalho em prol da instituição perdurasse na memória colectiva. A 31 de Agosto de 1979, celebrou-se a primeira edição do troféu que leva o seu nome. Participaram quatro grandes clubes do futebol europeu: Real Madrid, Ajax, Bayern de Munique e Milan.
Pai do Real Madrid ‘Yéyé’, bateu o recorde de permanência no clube como treinador. Foram 14 anos em que deixou a sua marca vencedora bem vincada. Sob o eu comando técnico, os títulos não pararam de chegar à sala de troféus do Santiago Bernabéu. Na temporada 1973-74 cedeu o lugar a Luis Molowny.
Em 1974, trinta anos depois do nascimento da rivalidade entre o Real Madrid e o Barcelona, os brancos bateram de forma inapelável os azuis-grená (4-0) na final da Taça. No banco estava Luis Molowny. O novo técnico entrou com o pé direito. Soube manter na equipa o espírito lutador inculcado pelo antecessor, Miguel Muñoz.
A 19 de Novembro de 1976, o clube garantiu a contratação de Juan Gómez ‘Juanito’. O natural de Málaga cumpriu o sonho de vestir e defender as cores do Real Madrid um ano depois. Era um extremo muito temperamental e que mostrava em cada jogada a sua qualidade e técnica com a bola. O primeiro jogo que fez pela equipa foi no Camp Nou, frente ao Barcelona. Assinou uma grande exibição, contribuindo para o triunfo branco por 2-3. Na sua primeira temporada, os brancos ganharam a Liga. Defendeu a camisola madridista com muita garra.
Na temporada 1976-77, o Real Madrid elevou a fasquia e apostou por contratações de renome. Santiago Bernabéu e Agustín Domínguez, secretário-geral do clube, viajaram até Dusseldorf, convidados pelo presidente do Borussia Mönchengladbach. Assistiram ao jogo entre a equipa alemã e o Dínamo de Kiev. O presidente madridista dirigiu-se então a Domínguez e disse-lhe: “O 10 joga bem, mas há que contratar o número 8”. Era Uli Stielike, uma das figuras emergentes do clube alemão. Horas depois, a 29 de Abril de 1977, assinou um compromisso com o Real Madrid num bloco do hotel, até que se elaborou o seu contrato.
A 4 de Junho de 1980, disputou-se uma final de Taça do Rei insólita e irrepetível no Bernabéu. O duelo entre o Real Madrid e a filial, o Castilla, saldou-se por um triunfo da equipa principal por 6-1. O resultado foi o menos importante. A grandeza dessa final esteve em ver jogar duas equipas do mesmo clube. Tudo ficaria em casa, fosse qual fosse o vencedor. Foi uma festa de fraternidade num Bernabéu a abarrotar. Nessa mesma temporada, o Real conseguiu outra “dobradinha”, ao conquistar igualmente o campeonato da Liga.